24 de ago. de 2015

Resenha: O Nome do Vento

Título: O Nome do Vento
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Arqueiro
Páginas: 656
Ano: 2009

Livro recebido em parceria com a Editora Arqueiro.











Sinopse: Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.
Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade. 
Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame. 
Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.


O livro começa nos apresentando Kote: um homem simplório, dono da hospedaria Marco do Percurso, quase sempre vazia. Tem um ajudante e grande amigo, além de aprendiz que se chama Bast.
Na hospedaria Marco do Percurso todos os dias um grupo de amigos se reúne para contar historias, geralmente sobre demônios e o Chandriano. Em uma noite comum um dos amigos "Carter" entra na hospedaria todo ensanguentado e com uma aranha gigante na mão. Eles não sabem do que se trata e definem o animal como um demônio. Kote e Bast são os únicos que sabem o que era aquilo e como uma forma de proteger a cidadezinha onde mora, Kote sai na calada da noite para verificar se há mais dessas aranhas por ai, já que elas nunca andam sozinhas. É neste momento que Kote encontra com  um cronista que acaba de ser assaltado. Na hora em que estão se conhecendo eles são atacados por várias aranhas, o cronista desmaia, Kote mata todos os animais e o leva para a hospedaria.

No dia seguinte Kote é surpreendido por um homem que revela que o conhece, já que há varias lendas sobre o grande Kvothe.

Meu nome é Kvothe (…). Os nomes são importantes, porque dizem muito sobre pessoas. Já tive mais nomes do que alguém tem o direito de possuir. (…) Fui chamado de Kvothe, o Sem-Sangue, Kvothe, o Arcano; e Kvothe, o Matador do Rei. Mereci esses nomes. Comprei e paguei por eles. (…) Já resgatei princesas de reis adormecidos em sepulcros. Incendiei a cidade de Trebon. Passei a noite com Feluriana e saí com minha sanidade e minha vida. Fui expulso da Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar nela. Caminhei à luz do luar por trilhas de que outros temem falar durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os menestréis chorarem. Vocês devem ter ouvido falar de mim.” – Pág. 58

Neste momento, Kote decide contar sua história para o cronista, mas este deve escrever exatamente todas as palavras que ele disser. Sua história é muito longa, por isso ele precisará de três dias para conta-lá. Por isso o sub-título fala Primeiro Dia. Assim Kvothe começa contando como era sua infância com uma família de Edena Ruh, uma trupe itinerante, fala como conheceu seu primeiro mestre, como perdeu seus pais tão cedo e o que passou depois disso. Nos fala como ingressou na faculdade, o que teve que fazer para se manter lá, fala sobre sua busca em aprender O Nome do Vento e sua sede de informações sobre o Chandriano, o grupo que matou sua família.

“– A história levará três dias – interrompeu Kote. – A partir de amanhã. É isto que estou dizendo.
O cronista fechou os olhos e passou a mão no rosto. O conde ficaria furioso, é claro. Não havia como saber o que seria necessário para tornar a cair em suas graças. No entanto…
– Se essa é a única maneira de eu conseguir a história, aceito.
– Alegra-me saber – disse o hospedeiro, relaxando com um meio sorriso. – Ora, vamos, será que três dias é mesmo algo tão fora do comum?
A expressão séria do cronista retornou.
– Três dias é muito fora do comum. Mas por outro lado… – e parte de sua presunção pareceu escoar-se. – Por outro lado – repetiu com um gesto, como que para mostrar como eram inúteis as palavras –, você é o Kvothe.” – Pág. 53


Como uma boa história, Kvothe se apaixona por Denna, uma personagem fora do padrão e com um comportamento muitas das vezes questionável. Denna é uma personagem feminina diferenciada, pois é independente, avessa a compromissos, desaparece vez ou outra sem dar explicação, é misteriosa e autêntica. Seus segredos são um dos vários motivos para querermos dar continuidade á leitura.

"Olhamos para o fogo porque ele lampeja, porque brilha. É a luz que capta nosso olhar, mas o que faz o homem ficar perto do fogo nada tem a ver com sua forma luminosa. O que nos atrai para o fogo é o calor que sentimos ao chegar perto dele." - Sobre Denna


Falando em segredos, outra personagem que traz um quê de mistério é Auri, amiga de Kvothe que mora no subterrâneo da faculdade. Seu modo de agir e falar nos mostra claramente que suas faculdades mentais não são confiáveis, porém é uma menina incrível. Outra personagem que nos leva a querer ler mais para que possamos descobrir o que a levou a se esconder do mundo.


Kvothe ao longo da história faz interlúdios com o presente na taberna, que mostram mais detalhes do Kvothe “de hoje” e nos deixa imaginando o motivo de sua transformação.




Sobre a escrita do autor, não tenho nada a reclamar. É uma leitura muito prazerosa de se fazer. Confesso que de início fiquei com medo de ler este livro, e não é por causa das 650 paginas, mas por não conhecer o autor e, convenhamos, um livro de 650 páginas precisa ter uma história boa, pois pode se tornar algo massante, fazendo com que os leitores abandonem a obra. Felizmente eu fui surpreendida. Posso dizer que o autor me capturou e eu simplesmente não consegui parar de ler o livro. A história é boa, os personagens muito bem construídos e a forma que Kvothe conta a sua história é incrível.
A capa do livro é muito linda e sua diagramação é simples. Folhas amarelas e fonte de um bom tamanho. Não me lembro de ter achado algum erro na tradução.

No começo do livro temos o mapa dos quatro cantos da civilização, universo onde se passa a história.


Só posso dizer que gostei muito do livro e já até providenciei o segundo, pois realmente não dá para esperar tanto tempo para ler o próximo volume.

Obs: A 20th Century Fox, adquiriu os direitos televisivos da trilogia épica “A Crônica do Matador do Rei” para transformá-la em uma série. A Paramount já havia comprado os direitos de “O Nome do Vento” para a gravação de um filme, agora a Fox pretende adaptar toda a trilogia em uma série.
Eric Heisserer que até então era o roteirista abandonou o cargo. Em uma sequência de tweets, ele explicou porquê abandona o projeto. Aparentemente, um dos motivos é que muitas das mudanças sugeridas ou impostas para seu roteiro não se encaixavam em sua visão.

Essa declaração assustou muitos fãs, pois nosso maior medo quando é feita uma adaptação de livros, é o fato de mudarem muitas coisas e assim acabar com a essência da história.


Até a próxima resenha 
Beijúh da Rêh

NOTA: 5 

2 comentários:

  1. Ainda bem que se tornará uma série... Talvez seja "dos males o melhor". Em filme ficaria muito corrido. Tô louco pra começar a ler os livros.

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    Respostas
    1. Eu fico dividida pois acho que se fosse série daria para contar tudo, porém gosto muito de filmes e nele tem a possibilidade de retirar partes do livro que não é tão interessante.Só espero que seja fiel ao livro pois, é uma história realmente fascinante.

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