Título: Ele está de volta
Autor: Timur Vermes
Editora: Intrínseca
Páginas: 304
Ano: 2014
“— O senhor não quer mesmo parecer uma pessoa normal? — perguntou o jornaleiro— Onde acha que eu estaria se sempre tivesse feito tudo com as pessoas normais? — retruquei — E onde estaria a Alemanha?”
Pela capa fica
obvio saber quem está de volta. Nunca
imaginei achar algo relacionado a segunda guerra engraçado. Não pelo humor
negro ou algo do tipo. Em Ele está de volta a narrativa em primeira pessoa nos
dá sensação de está lendo um livro escrito pelo próprio Hitler, em especial
para mim que tenho bastante interesse por literatura contextualizada na segunda
guerra mundial.
De repente
Hitler acorda num terreno baldio, em pleno século XXI na Alemanha,
desorientado, sem saber onde está, mas ainda achando está no período de guerra.
Após descobrir estar no ano de 2011 tenta
entender motivo dele está ali, logo ele
quando poderia ser qualquer outro personagem histórico, acredita ser uma intervenção
divina para a salvação da Alemanha.
“Se aquilo não era um sonho — estava durando demais para ser — , então eu estava de fato em 2011. Num mundo que era totalmente novo para mim e devia aceitar que eu também representava um elemento novo para este mundo. Se é que este mundo funcionava de acordo com alguma lógica, então era possível que eu estivesse com cento e vinte e dois anos ou, o que era mais provável, morto há muito tempo.”
Hitler não mudou
nada com o passar do tempo, mas a Alemanha sim. E se ver em meio a tanta
tecnologia é complicado até para nós imagine para ele que sequer acompanhou o
desenvolvimento da internet. Passa a ser confundido com um comediante sósia de
Hitler, ninguém imagina que ele seja o próprio Fuhrer. Ele vira um fenômeno na
internet (ou inter-rede, com ele chama). O seu jeito autentico desperta admiração
nas pessoas: o fato dele “interpretar ao pé da letra o personagem”, e não por
ele ser quem é.
“São os momentos de crise que revelam o verdadeiro Fuhrer, nos quais ele demonstra ter nervos fortes, perseverança, persistência absoluta, mesmo que o mundo fique contra ele.”
Apesar de Hitler não valer meia pataca, por
vezes a gente vê outra face dele e acaba meio que gostando. Inclusive acho que
o autor enfatizou o lado bom (oi? lado bom?) dele: O Hitler que ama a Alemanha e
fazia tudo em prol dela. Poucas vezes é mostrado o discurso de ódio pelos
judeus, mas claro que não convém em um livro bem humorado focar em assuntos tão
pesados. O foco é mesmo mostrar as “evoluções”, se é que posso assim dizer, tecnológicas,
cultural e linguísticas que sofremos no decorrer do tempo, usando um personagem
extremamente marcante da história mundial.
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