Resenha: Uma vida para sempre

Título: Uma Vida Para Sempre
Autora: Simone Taietti
Editora: Novo Século
Páginas: 347
Ano: 2014



Livro recebido em parceria com a autora Simone Taietti.








"É óbvio que amadurecemos, mudamos de opinião e evoluímos. Mas acho que muito do que muda é só a superfície."


Uma vida para sempre é o primeiro livro publicado da brasileira Simone Taietti. É o diário de uma garota portadora de uma síndrome rara, Ethel Vilanova, que só quer ter uma vida normal, mas a superproteção da mãe a impossibilita. Ethel é portadora de CIPA, Insensibilidade Congênita à Dor com Anidrose, ou seja, não sente dor. Imagine não sentir dor sempre que cair, se machucar, parece ótimo né? Mas isso pode ser desastroso, os cuidados devem ser excessivos, pois é possível se mutilar sem ao menos perceber. Além de não sentir dor ela também é incapaz de suar.
Devido a essa síndrome, A vida social dela foi comprometida, na escola sofreu buylling e por isso passou a ter aulas particulares em casa. Ela ama ler, em especial os contos de machado de Assis, escritor não muito querido por pessoas na idade dela. Isso denota uma particularidade a personagem.

"[...] você deve pegar todos os limões que a vida lhe der e fazer uma limonada, ou então uma caipirinha."

A vida de Ethel se resumia em ir e voltar do hospital, onde fez amigos e um em especial mudaria a vida dela. Vitor tem 19 anos e é portador de Leucemia alguém com quem tem muito em comum. Mas será que a mãe dela permitiria que sua única filha embarcasse num romance em que talvez a faria sofrer, pois a qualquer momento ele poderia morrer e a deixar? Ethel corre atrás de sua liberdade e se dispõe a enfrentar a mãe se preciso for. 

 "Eu preciso de alguém que me ajude a lutar e não que tente a todo momento me tirar da da linha de frente da batalha..." 

"dizem que a vida é feita de momentos e eu acredito nisso. Acredito também em uma espécie de big bang, a hora em que todos esse momentos encaminham-se para um só, até porque a vida não passa de uma longa caminhada."


Ela vive intensamente, tenta se familiarizar com a morte, apesar de não ficar claro que isso realmente acontece no livro. Me parece que ela  acha que aceita a morte, mas quando na verdade não.  A todo momento questiona o fato das pessoas fugirem, repugnarem algo tão natural e inevitável. E em Vitor ela encontra alguém para dividir seus pensamentos. 

 "Não conseguia entender a relutância das pessoas a visitar cemitérios. Afinal, não é esta a materialização da última parada?"


Boa parte do livro é narrada por Ethel, nos últimos capítulos a narrativa fica por conta de pessoas próximas a ela, como a mãe, namorado, amiga. 

O livro é de uma leitura leve, Gostei bastante da forma como Simone escreve, sem rodeios, e bem poética. Dá vontade de sair marcando o livro todo. Nos faz refletir acerca  de várias coisas, em especial de nossa existência e como aproveitamos a vida, e claro sobre a importância que a damos; sobre a repugnância que temos da morte como se não fossemos morrer um dia. Primeira vez que li sobre essa síndrome, ao ler me senti agradecida por sentir dor (um tanto estranho né?). 


NOTA: 4


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