Título: Noites de Verão
Autora: Luísa Aranha
Editora: Causos e Prosas
Páginas: 75
Ano: 2016
Sinopse: Uma mulher que só pensa em casar, uma pessoa que se sente marciana, encontros, desencontros e reencontros de amor, um homem que se sente atraído por uma mulher, uma mulher que se apaixona novamente pelo colega de escola, alguém que é traído, alguém que está apaixonado e alguém que sente uma saudade infinita. Sentimentos, palavras, alucinações , sonhos e vontades. Medos, loucuras, desejos, poesia, prosa, causos, lágrimas e amor. Misturou todos os ingredientes? Então agora abra o livro e saboreie.
Oiii Gente. Hoje vim falar um pouco deste livro que acabei de ler. Como vocês já devem ter visto trata-se de um livro de crônicas, eu sou louca por crônicas e de imediato aceitei a parceria e me dispus a ler a obra.
O livro é bem curto tem apenas 75 paginas é e dividido em crônicas e prosas. Assim como diz a sinopse, aqui neste livro, teremos um pouco de tudo, de histórias fantasiosas a fatos cotidianos que são mostrados a nós com um toque de leveza e que desperta hora emoção, hora tristeza e hora sorrisos.
Os textos da Luísa são muito bem escritos e durante a leitura nos identificamos muito com cada verso descrito ali. Em outros momentos a história está tão boa que só queríamos que não tivesse fim.
Eu fiquei completamente apaixonada pelos textos da autora e para amantes de cronicas assim como eu, esse livro é essencial.
O livro, o livro não!!! Cada texto para mim é nota 5
Ps: Não consegui resistir e deixarei aqui o texto que eu mais gostei da autora, para que vocês fiquem com um gostinho de quero mais.
O encontro impossível aconteceu. Anos mais tarde no aeroporto, na Ilha do Governador. Enquanto o avião se aproximava com a vista deslumbrante das primeiras horas da manhã na Baía de Guanabara, ela se lembrava da última vez que tinha estado ali e, por um segundo, seu coração acelerou. “Bobagem”, pensou.
Ela vinha, ele ia. Se esbarraram por acaso na banca de revistas. Ela comprava uma revista política, ele uma playboy. Sem querer trombaram. Ele pediu desculpas sem prestar atenção. Sem levantar a cabeça, ela disse: “Não foi nada”.
A voz que ecoou no tímpano dele fez seu coração disparar e suas mãos suarem frio. Lembrou da última vez que havia sentido isso. Olhou rápido, mas ela estava de costas. “Só porque estou aqui meu inconsciente está tentando me pregar uma peça”, pensou ele ingenuamente.
Dirigiu-se ao caixa, ela parou na fila atrás dele. Achou familiar o jeito do moço da frente, mas nem perdeu tempo em associar ao presságio que sentira no momento em que o avião pousara. Ele pagou e ia sair, quando novamente a empurrou.
Virou-se para pedir desculpas outra vez, e seus olhos pararam atônitos, imóveis no que estavam vendo. Ela mal conseguiu pensar, naquele momento só conseguia enxergá-lo, mas parecia que não estava vendo. Ele sorriu e a cumprimentou. Ela não sabia se o abraçava ou se sentava a mão em sua cara. Dez anos! Dez anos fazia que não se viam, que não tinha notícias dele.
Ele convidou para tomar um café, ela queria atirar o café nele. Pensou em por que não se encontraram mais, lembrou de como foi a despedida e suas pernas amoleceram. O que ele fazia ali, agora? Perguntou. Ele viajaria a trabalho, mas seu voo estava atrasado, então só sairia à noite. Ela estava chegando a trabalho, mas sua reunião só aconteceria no outro dia, tinha se adiantado em função do caos aéreo.
Parecia um déjà-vu. Foram passear pela Ilha, cenário da grande paixão que viveram tantos anos antes. Ele sorria e contava suas viagens. Ela queria saber por que ele nunca havia lhe telefonado, mas não tinha coragem de perguntar.
Andaram por aquele recanto tão abençoado por Deus, com cheiro de mar e jeito de cidade pequena, que nem parecia fazer parte da agitação do resto da cidade.
Foram à praia da Bica, caminharam observando o movimento e jogando conversa fora. A todo momento ela não entendia o que estava acontecendo e por mais que quisesse refletir, ele falava tanto que a deixava confusa em seus pensamentos. Por sua vez, ele pensava que quanto mais falasse, menos chance daria para que ela questionasse o que acontecera.
Lembraram do dia que passaram juntos, daquela mesma forma, se conhecendo ao acaso, dentro do aeroporto, dividindo uma mesa, na praça de alimentação. Era final das férias de verão. Ela tentava voltar pra casa, ele tinha um congresso. Ambos precisavam pegar o avião, mas nenhum dos dois havia conseguido.
O aeroporto lotado. Ele sentado tomando chá mate e comendo pão de queijo, ela de pé com uma bandeja de fast-food, procurando lugar pra senLuísa Aranha 13 tar. Ele convidou, ela aceitou. Começaram a conversar. Primeiro reclamaram dos atrasos nos voos, depois sobre a vida, piadas e amores. O voo dela foi anunciado, só partiria no outro dia. Chamaram o dele, só de madrugada. O que fariam?
Resolveram passear pela Ilha do Governador pra se distrair. Após tantas risadas e conversas, ele falou: “Foi amor à primeira vista”. Ela concordou. Amaram-se até a hora do voo dele. Mil promessas e juras de amor trocadas. Ele ligaria assim que voltasse do congresso. Ela esperaria ansiosa.
Voltou para sua cidade e contava para as amigas, que não acreditavam em tamanha loucura. Com o passar do tempo, as amigas passaram a sacane- á-la: “Você imaginou tudo isso”. Ele nunca ligou. Depois de tanto recordarem, ela criou coragem e perguntou: “Por que você nunca ligou?”
“Perdi o guardanapo”, foi só o que ele disse. Ambos deram risadas. Trocaram beijos e abraços, juras e promessas, e voltaram ao aeroporto.
O voo dele foi anunciado. Despediram-se. Ele saiu. Ela pegou um táxi. Ele pensou: “Não peguei o telefone dela”. Ela sorriu: “Mais uns dez anos e encontro ele de novo”.
Até a próxima resenha
Beijuh da Rêh
O Encontro
O encontro impossível aconteceu. Anos mais tarde no aeroporto, na Ilha do Governador. Enquanto o avião se aproximava com a vista deslumbrante das primeiras horas da manhã na Baía de Guanabara, ela se lembrava da última vez que tinha estado ali e, por um segundo, seu coração acelerou. “Bobagem”, pensou.
Ela vinha, ele ia. Se esbarraram por acaso na banca de revistas. Ela comprava uma revista política, ele uma playboy. Sem querer trombaram. Ele pediu desculpas sem prestar atenção. Sem levantar a cabeça, ela disse: “Não foi nada”.
A voz que ecoou no tímpano dele fez seu coração disparar e suas mãos suarem frio. Lembrou da última vez que havia sentido isso. Olhou rápido, mas ela estava de costas. “Só porque estou aqui meu inconsciente está tentando me pregar uma peça”, pensou ele ingenuamente.
Dirigiu-se ao caixa, ela parou na fila atrás dele. Achou familiar o jeito do moço da frente, mas nem perdeu tempo em associar ao presságio que sentira no momento em que o avião pousara. Ele pagou e ia sair, quando novamente a empurrou.
Virou-se para pedir desculpas outra vez, e seus olhos pararam atônitos, imóveis no que estavam vendo. Ela mal conseguiu pensar, naquele momento só conseguia enxergá-lo, mas parecia que não estava vendo. Ele sorriu e a cumprimentou. Ela não sabia se o abraçava ou se sentava a mão em sua cara. Dez anos! Dez anos fazia que não se viam, que não tinha notícias dele.
Ele convidou para tomar um café, ela queria atirar o café nele. Pensou em por que não se encontraram mais, lembrou de como foi a despedida e suas pernas amoleceram. O que ele fazia ali, agora? Perguntou. Ele viajaria a trabalho, mas seu voo estava atrasado, então só sairia à noite. Ela estava chegando a trabalho, mas sua reunião só aconteceria no outro dia, tinha se adiantado em função do caos aéreo.
Parecia um déjà-vu. Foram passear pela Ilha, cenário da grande paixão que viveram tantos anos antes. Ele sorria e contava suas viagens. Ela queria saber por que ele nunca havia lhe telefonado, mas não tinha coragem de perguntar.
Andaram por aquele recanto tão abençoado por Deus, com cheiro de mar e jeito de cidade pequena, que nem parecia fazer parte da agitação do resto da cidade.
Foram à praia da Bica, caminharam observando o movimento e jogando conversa fora. A todo momento ela não entendia o que estava acontecendo e por mais que quisesse refletir, ele falava tanto que a deixava confusa em seus pensamentos. Por sua vez, ele pensava que quanto mais falasse, menos chance daria para que ela questionasse o que acontecera.
Lembraram do dia que passaram juntos, daquela mesma forma, se conhecendo ao acaso, dentro do aeroporto, dividindo uma mesa, na praça de alimentação. Era final das férias de verão. Ela tentava voltar pra casa, ele tinha um congresso. Ambos precisavam pegar o avião, mas nenhum dos dois havia conseguido.
O aeroporto lotado. Ele sentado tomando chá mate e comendo pão de queijo, ela de pé com uma bandeja de fast-food, procurando lugar pra senLuísa Aranha 13 tar. Ele convidou, ela aceitou. Começaram a conversar. Primeiro reclamaram dos atrasos nos voos, depois sobre a vida, piadas e amores. O voo dela foi anunciado, só partiria no outro dia. Chamaram o dele, só de madrugada. O que fariam?
Resolveram passear pela Ilha do Governador pra se distrair. Após tantas risadas e conversas, ele falou: “Foi amor à primeira vista”. Ela concordou. Amaram-se até a hora do voo dele. Mil promessas e juras de amor trocadas. Ele ligaria assim que voltasse do congresso. Ela esperaria ansiosa.
Voltou para sua cidade e contava para as amigas, que não acreditavam em tamanha loucura. Com o passar do tempo, as amigas passaram a sacane- á-la: “Você imaginou tudo isso”. Ele nunca ligou. Depois de tanto recordarem, ela criou coragem e perguntou: “Por que você nunca ligou?”
“Perdi o guardanapo”, foi só o que ele disse. Ambos deram risadas. Trocaram beijos e abraços, juras e promessas, e voltaram ao aeroporto.
O voo dele foi anunciado. Despediram-se. Ele saiu. Ela pegou um táxi. Ele pensou: “Não peguei o telefone dela”. Ela sorriu: “Mais uns dez anos e encontro ele de novo”.
Até a próxima resenha
Beijuh da Rêh
Que capa fofa, já gostei da premissa :)
ResponderExcluirBeijos,
Juliana.
http://www.fabulonica.com/
Olá
ExcluirAlém de tudo isso o conteúdo é incrível
Beijuh
Não conhecia, mas a capa desse livro é maravilhosa! E sua resenha me chamou bastante atenção.
ResponderExcluirBeijos. | * Blog PS Amo Leitura *
Olá
ExcluirQue bom que gostou o livro já está a venda e vale super a pena!!!
Aproveite
Adorei a sua resenha, não conhecia o livro
ResponderExcluirParabéns pelo blog, já estou seguindo para poder acompanhar as novidades <33
www.papomoleca.com.br
Olá
ExcluirAaa que bom que se juntou a nós, fico muito feliz.
Beijuh
Olá!
ResponderExcluirFechei parceria com a Luiza esses dias e ela escreve super bem! Ainda não li o livro todo, mas só pela crônica (adoro crônicas) com certeza vou me encantar!
Olá
ExcluirVocê vai amar o livro e vai amar ser parceira dela.
Oi Rêh, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirConfesso que não costumo ler livros de crônicas, mas adorei o texto que colocou!!! Fiquei de coração partido com esse final, a autora foi muito má risos...!!! Achei divertido, te um certo mistério, pois não sabemos porque ele não ligou , é claro que fiquei do lado dela e quando ele disse o motivo, fiquei com raiva do Destino!!! E agora o tal Destino prega nova peça. Mas vou dizer uma coisa, esses dois também!!!
Sua resenha ficou ótima!!!
beijinhos.
cila.
Oi Cila
ExcluirQue bom que gostou e nossa essa crônica para mim foi a melhor.
Sim a questão do destino pregando essa peça....
Adorei o comentário
Beijinho
Ah, fala sério, que final é esse do texto? Não curti não. Esse é meu maior problema com crônicas e todos os outros tipos de textos curtos, o final dificilmente me satisfaz. Que bom que gostou do livro, mas eu não leria.
ResponderExcluirOi Ju
ExcluirKkkkkk.... Tem outras crônicas com final feliz no livro pode ficar tranquila. Eu que escolhi esse porque diferente de você eu gosto quando os personagens mudam o ruma da história
Beijuh
Nossa, quanto encontro e desencontro, rss. Esse livro parece interessante, ainda mais com sua resenha desrevendo tão bem.
ResponderExcluirOi Alê
ExcluirSim vários desencontros, mas achei lindo mesmo assim.
Que bom que curtiu a resenha
Beijuh
que amooor, adorei a capa e adorei a forma como você resenhou.
ResponderExcluirOi Ju
ExcluirA capa está demais mesmo e que bom que curtiu a resenha.
Beijuh
Oiii!!!
ResponderExcluirEu já tinha visto sobre esse livro de contos. Eu amoo contos.
Esse texto que você deixou, me deixou com muita vontade de ler esse livro. Que final lindo... Se todos os textos forem nesse estilo, ou pelo menos parecido, esse livro é incrível.
Beijos