Resenha: A Filha Perdida

Título: A Filha Perdida
Autora: Elena Ferrante
Editora: Intrínseca
Páginas: 176
Ano: 2016



"As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender."







Tudo se passa no litoral italiano quando Leda, uma professora de universidade, decide aproveitar suas férias em uma pequena casinha alugada perto do mar.
O que mais impressiona é o seu alívio em saber que as filhas moram com o pai, e não com ela.

"Ninguém dependia mais dos meus cuidados, e finalmente eu não era mais um peso para mim mesma."

Leda passa a frequentar a praia perto dali e percebe que está direcionando mais atenção do que deveria à uma família. Especialmente à Nina e sua filhinha Elena, que não desgruda de sua boneca. Isso a faz lembrar de momentos em que passou com suas filhas e a história fica um pouco mais interessante com essas narrativas alternadas.

"Naquela época, eu tinha uma dor de estômago constante por causa da tensão. Era o sentimento de culpa: eu achava que todo sofrimento que atingisse as minhas filhas era fruto do já comprovado fracasso do meu amor."

O que mais impressiona em Leda é o fato dela estar acomodada com seu próprio egoísmo. Toda sua frieza nos faz duvidar de seu amor pelas filhas e querer entender toda essa curiosidade pela família da praia.
Ela se enxerga em Nina, com toda sua insatisfação pela vida de casada e de mãe, e isso faz com que ela tome atitudes impensadas e desnecessárias.

"— Eu as amava demais e achava que o amor por elas impedia que eu me tornasse eu mesma."



Eu não sou mãe e mal faço ideia de como seja, mas é uma narrativa tão simples e crua (se é que me entendem) que por vezes chegou a me assustar.

A Leda é extremamente sincera ao expor seus sentimentos e isso a deixou muito próxima de ser humana. O relacionamento dela com as filhas não é dos melhores e claramente ela não conseguiu ser uma boa mãe, pois é egoísta e muitas vezes infantil. E eu entendo completamente, pois conheço mães assim.

Várias atitudes dela me deixaram incomodada, e eu gosto de quando uma história mexe comigo dessa forma. Acredito que nem todo mundo enxergará a sensibilidade contida nessas páginas. Parece um livrinho para ler em uma tarde e passar o tempo, porém há algo mais por trás disso. Basta saber ler as entrelinhas.
O final não me satisfez. Imaginei algo com mais ação, que me deixasse impressionada, mas não gostei e por isso diminui a nota final.

NOTA: 3

10 comentários:

  1. É realmente legal quando a personagem mexe com a gente como se fosse de fato real. Amo quando uma história nos tira da nossa zona de conforto. Fico feliz que essa leitura tenha feito isso com você.
    Bjo

    ResponderExcluir
  2. Oie amore,
    Que capa mais feia essa... nem pensaria em comprar só pela capa, pra ser sincera viu.
    No entanto os quotes selecionado me chamaram muito a atenção e com isso mudei de ideia.
    Adorei o post e as fotos! Dica anotada!
    Beijokas!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. HAHAHA Também achei feia, viu? Nem sei o motivo pelo qual me deu vontade de ler. O livro tem nada a ver comigo. Beijo!

      Excluir
  3. Olá,
    Eu já havia visto o livro anteriormente, porém não procurei sobre o que falava. Assumo que não gostei do tema, desse drama no qual a mãe quer se realizar na filha. Como vc mesmo falou, a personagem se tornou chata e egoísta e por isso não senti vontade de ler.
    Beijos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu entendo totalmente. A autora com certeza tem livros melhores. Beijo :*

      Excluir
  4. Olá... tudo bem??
    Eu acho bem legal quando um livro consegue mexer com a gente... que nos faz refletir e tentar entender o porque de certas atitudes... não compreendi muito bem do que se trata o livro... talvez porque ela sente falta das meninas e vendo essa criança ela tenta resgatar o que podia ter tido com elas, ou porque a garotinha a faz lembrar dela mesma quando criança? De qualquer forma, embora, o livro não tenha sido tudo que você esperava... ainda assim acredito que a leitura foi satisfatória. Xero!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exatamente, Diana! Ela se vê na menina mais nova e de alguma forma quer se aproximar e falar da experiência dela. É um livro cheio de simbolismos, por isso gostei mais. De resto não me convenceu muito, e olha que vi muita gente falar super bem. Beijão!

      Excluir
  5. Oi Tatty!
    Estou morrendo de vontade de ler Elena Ferrante, principalmente depois de todo o estardalhaço com a identidade dela. Ouvi muitos elogios à narrativa dela e me impressionou saber que ela é crua, me fez quer ler ainda mais.
    Bjs!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também adoro escrita crua, que não tem piedade de jogar as coisas na cara do leitor. É uma boa autora, e agora já sabemos quem ela é de verdade, né? Mesmo assim acho que ela tem livros melhores. Beijo!

      Excluir

Deixe aqui seu comentário, ele é muito importante para nós!

 
CuraLeitura . 2017 | Layout feito por Adália Sá e modificado por Thaiane Barbosa