Autora: E. K. Johnston
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Ano: 2016
Olá, pessoal. A resenha de hoje é do livro As Mil Noites, que nos transportará para os desertos cheios de magia e segredos no mundo criado pela autora.
A cultura do livro é bem parecida com a cultura muçulmana/árabe. Temos desertos, comerciantes, várias esposas e mulheres que não têm voz na sociedade; seu papel é cozinhar, bordar, tecer etc.
Quando Lo-Melkhiin chega àquela aldeia — após ter matado trezentas noivas —, a garota sabe que o rei desejará desposar a menina mais bela: sua irmã. Desesperada para salvar a irmã da morte certa, ela faz de tudo para ser levada para o palácio em seu lugar. A corte de Lo-Melkhiin é um local perigoso e cheio de beleza: intricadas estátuas com olhos assombrados habitam os jardins e fios da mais fina seda são usados para tecer vestidos elegantes. Mas a morte está à espreita, e ela olha para tudo como se fosse a última vez. Porém, uma estranha magia parece fluir entre a garota e o rei, e noite após noite Lo-Melkhiin vai até seu quarto para ouvir suas histórias; e dia após dia, ela continua viva.
Encontrando poder nas histórias que conta todas as noites, suas palavras parecem ganhar vida própria. Coisas pequenas, a princípio: um vestido de seu lar, uma visão de sua irmã. Logo, ela sonha com uma magia muito mais terrível, poderosa o suficiente para salvar um rei...
Neste livro, o único personagem que tem nome é o rei, Lo-Melkhiin, que se casou e matou mais de 300 moças e está em busca de sua nova esposa. A personagem principal narra a história em primeira pessoa e conhecemos os personagens através da forma como ela se refere a eles: minha irmã, meu pai, minha mãe, a mãe da minha irmã, a mãe de Lo-Melkhiin...
A protagonista ama sua irmã mais do que tudo e, para salvá-la da morte, torna-se a mais nova rainha. Sua irmã é bela e ela teme que ele a escolha, então ela se enfeita e se destaca mais do que a irmã, sendo levada embora. Um pedido que ela faz à irmã antes de ser escolhida tem papel fundamental em sua jornada:
- Quando eu for embora - sussurrei para minha irmã -, faça de mim uma deusa menor.
- Farei de você uma deusa menor agora - respondeu ela, e ouvimos o barulho dos apetrechos de montaria quando os homens de Lo-Melkhiin desmontaram e se aproximaram. - De que adianta ser reverenciada quando se está morta? Vamos começar no momento em que a levarem, e você será uma deusa menor antes de chegar ao qasr.
p. 20
Por conta das orações e do esforço da irmã em transformá-la numa deusa menor, a personagem descobre poderes que, conforme vai aprendendo a usá-los, usará na guerra contra o mal que habita Lo-Melkhiin: uma espécie de demônio tomou conta do homem que um dia fora bom.
Agora, para salvar o reino, sua família e, principalmente, sua irmã, a personagem tecerá fios de histórias que tornam-se verdades assim que pronunciadas.
Será que ela será capaz de vencer o ser que tomou a mente de Lo-Melkhiin e que matou centenas de moças antes dela? E o principal: será que o verdadeiro Lo-Melkhiin ainda existe?
As Mil Noites é um livro que pode ser lido em um dia, de tão gostosa e fácil que é a leitura. Apesar de os personagens não terem nomes, em momento algum a leitura se torna confusa. É o livro perfeito para sair de uma ressaca literária ou viajar para um deserto e cultura distantes.
Alguns capítulos são narrados pelo ser que habita Lo-Melkhiin e com isso sabemos um pouco mais sobre o outro lado da história.
Achei o livro bem diferente pelo fato de os personagens não terem nomes e já fazia algum tempo que eu queria ler algo sobre o deserto, sair da mesmice. Não me arrependi. Gostei bastante da leitura e recomendo para qualquer um.
Não é romance! O foco do livro é a guerra entre a personagem/deusa menor e o demônio Lo-Melkhiin, bem como o amor dela pela sua família.
A edição e diagramação são lindas, com páginas amareladas e fonte confortável. A revisão foi muito bem feita e a capa é bem chamativa, totalmente condizente com o conteúdo do livro.
Quem já leu o livro me conte nos comentários o que achou!
Beijos!
NOTA 4
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