Resenha: A Estrada da Noite

Título: A estrada da noite
Autor: Joe Hill.
Editora: Arqueiro
Ano: 2009
Páginas: 256 













Sinopse: Uma lenda do rock pesado, o cinquentão Judas Coyne coleciona objetos macabros: um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Por isso, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta. “Vou ‘vender’ o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto…”
Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas – o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.
Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora.
O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente – verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude.
Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A estrada da noite – e nada é exatamente o que parece.
Ancorando o sobrenatural na realidade psicológica de personagens complexos e verossímeis, Joe Hill consegue um feito raro: em seu romance de estréia, já é considerado um novo mestre do suspense e do terror.




Cinquentão, ex astro do rock, colecionador de mulheres bem mais novas e de objetos mórbidos: este é Judas Coyne, mora com sua nova namorada, Geórgia, 20 anos mais nova e seus dois cães, Angus e Bonnie.


“Jude tinha o crânio de um camponês de século XVI, que fora perfurado para os demônios saírem. Guardava um monte de canetas enfiadas no buraco no centro do crânio. Tinha um laço duro e gasto que fora usado para enforcar um homem na Inglaterra, na virada do século, um tabuleiro de xadrez de infância do mago Aleister Crowley e uma fita com cenas de assassinato. ”


Através de Danny, seu assistente, Jude descobre que um site está leiloando um paletó que leva de brinde o fantasma do antigo dono. Tentado por ter mais um objeto macabro em sua coleção, por 1.000 dólares Jude arremata o paletó do morto. Para o azar dele o que parecia ser só mais um item de decoração macabro se mostra uma grande dor de cabeça, pois o fantasma do paletó é nada mais nada menos que Craddock, o padrasto de uma de suas ex namoradas, que o culpa pelo suicídio da enteada após o fim do namoro.


“Seu olhar bateu num velho homem sentado numa antiga cadeira (...) A cabeça do velho estava curvada. Seu chapéu descansava no joelho. Os botões na frente do paletó cintilavam no escuro, cromados pelo luar. Jude reconheceu num relance o paletó. Da última vez que o vira, estava dobrado na caixa preta em forma de coração”


Disposto a se vingar da morte da filha, Craddock promete acabar com a vida de Jude e de todos ao seu redor.


“Você vai morrer, dizia o homem morto. A puta vai morrer, você vai morrer, todos nós vamos passear juntos pela estrada da noite... “


Como Jude não pretende se entregar facilmente, começa uma luta entre Jude e Geórgia contra Craddock. Em um momento de desespero Geórgia queima o paletó do morto imaginando que assim colocaria um fim nessa história maluca, porém logo eles descobrem que acabaram com a única chance de expulsar o fantasma de suas vidas e então decidem pegar a estrada para tentar fugir enquanto buscam descobrir tudo sobre a morte trágica de sua ex para que assim encontre uma forma de se livrar de um fantasma que pretende ir embora somente quando conseguir acabar com a vida de Jude.


A Estrada da Noite narra a história de Judas Coyne, no presente e fazendo viagens ao passado quando ele ainda era o jovem sulista Justin Cowzynski, que saiu de casa cedo por conta dos acessos de cólera de seu pai para nunca mais voltar.

"Se o inferno fosse alguma coisa, seria conversa de rádio-e família." 


O autor nos revela também mais sobre Craddock McDermott, o homem morto, hipnotista de sucesso e todos os detalhes que culminaram em dezenas de horríveis tragédias.

O livro é simplesmente sensacional para pessoas que assim como eu são fãs do bom e velho rock n’ roll. Para começar o título em “Heart-Shaped Box”, é o nome de uma das músicas do Nirvana, o nome dos cachorros de Jude (Bon e Angus) são tirados de astros do rock e vai citando ícones do rock sem parar: Johnny Cash (o paletó do morto era igual ao de Cash), Ozzy Osbourne e o Black Sabbath, Anthrax, Rancid (ou “Rançosa” traduzido erroneamente), Coldplay, etc, achando ainda espaço para referência atuais perturbadoras como o Massacre de Columbine (Quem quiser saber sobre o massacre clica no nome. Artigo do blog Noite Sinistra).


Os personagens são bons, a história tem um fundo interessante e a diagramação é ótima. Cada capítulo começa com o número dentro de um coração preto, porém o que deixou a escrita um pouco a desejar foi a forma que Joe descreve algumas cenas. Por exemplo: tem momentos em que Judas faz coisas muito legais, sentimos toda a tensão do personagem e tudo o mais, porém tiveram outros momentos que pensei estar assistindo a sessão da tarde da globo... Isso me deixou bastante irritada, pois desde o começo vemos o potencial da história.
O livro faz jus ao gênero suspense/terror, porém chamar Joe Hill de mestre do terror é demais.

Até a próxima resenha, Beijúh da Rêh



NOTA: 4

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