Conheço ela desde
que nasceu. Nossas mães eram amigas próximas. Ela me esnobava desde o Primário,
dizia que eu não era irmão dela. Ela puxava meus cabelos e me obrigava a
brincar de bonecas. Ela não era nenhum pouco doce como as outras garotas. Ela
me irritava, mas eu gostava daquilo.
Eu cresci com
aquela garota. Ouvi seus problemas e tentei ajuda-la, mas ela continuou me
esnobando. Seu pai morreu quando tinha treze anos, ainda me lembro daqueles olhos
azuis marejados, lembro do seu rosto vermelho. Pela primeira vez, você
agradeceu por ter minha amizade.
Dois anos se passaram e
você só sabia falar sobre sua paixão pela garoto que havia conhecido em menos de dois meses. Eu odiava
aquilo. Será que seu coração era tão ignorante?
Não sabia se
aquilo era uma paixão ou um caso qualquer, mas naquele instante acontecia uma guerra comigo mesmo. Era eu que
sentava no telhado e contava as estrelas para você, era eu que te ajudava nas
provas de matemática, era eu que escutava aquelas músicas agitadas com você. Era eu e não
ele.
Você lembra o que
aconteceu no seu aniversário de dezesseis anos?! Não, você não lembra, estava
bêbada. Bêbada por um cara que só te machucou. Mas não me importava de ficar
ali, sentado vendo você chorar por outro. Eu não me importava, desde que eu
ficasse do seu lado.
No Ensino Médio
tomei coragem e contei, contei tudo que guardava há anos, você riu e disse que
estava louco e precisava me cuidar.
Na faculdade
dividíamos o mesmo apartamento, era um cara por noite. E você me quebrava cada
vez mais.
Você escolheu
Moda, era sua cara. Adorava cores e revistas de fofocas. All star, seus sapatos
prediletos. Chiclete de melancia, seus favoritos. Você sempre teve bom gosto,
menos na hora de escolher com quem ficar.
Por que você não me escolheu?
Eu te amei
incondicionalmente. Com toda força do universo. Mas não pude esperar por ti.
Você foi a melhor e pior coisa da minha vida. Eu amei apenas uma garota, e ela
foi você.
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