Autor: Ricardo de Moura Faria
Editora: Letramento
Indicação: +18
Páginas: 272
Ano: 2017
Livro recebido em parceria com o autor Ricardo de Moura Faria.
ATENÇÃO: Contém spoilers do livro anterior, O Amor nos Tempos do AI-5.
Olá, leitores! Tudo bem com vocês?
A resenha de hoje é do livro Amor, Opressão e Liberdade, do querido amigo Ricardo Faria. Este livro é a continuação do famoso (e polêmico) O Amor nos Tempos do AI-5. Se você não leu o primeiro livro, esta resenha pode conter spoilers. Se ainda não leu a resenha, aproveite e confira aqui.
Ah, tem uma super mega entrevista com o autor também, em que ele fala da construção do livro, das personagens, dos costumes e de como foi sua experiência de vida no tempo da ditadura militar no Brasil. Vale a pena conferir!
Mas vamos para Amor, Opressão e Liberdade, que continua exatamente onde o primeiro volume terminou. Começamos com Celina e os filhos indo ao enterro do marido Afonso e todas as dificuldades burocráticas para se conseguir a pensão e o seguro de vidas (algumas coisas atualmente continuam com a mesma morosidade, infelizmente).
Neste período complicado ela tem o apoio de Toninho e os dois continuam sua relação. As crianças, Nelson e Ana Beatriz, gostam muito dele e até querem que a mãe o namore. Mas existem dois empecilhos para Celina oficializar o relacionamento: o primeiro é que Toninho, apesar de gostar dos filhos dela, deseja ter os seus próprios filhos, e Celina, aos 38 anos e com os filhos quase criados, não deseja voltar a viver tudo de novo; o segundo empecilho é que Toninho é muito machista e possessivo e vai contra tudo aquilo que ela viveu com Afonso, toda a liberdade que o falecido marido lhe dera.
Paralelo aos encontros tórridos de amor, temos uma narrativa dos acontecimentos dentro e fora do Brasil, como golpes, guerras, presidentes eleitos, inflação... E, em 1972, a Copa do Mundo.
"Celina começava a entender a razão de Afonso criticar tanto o futebol. Estava difícil para ela compreender como as pessoas davam mais importância aos jogos, enquanto fatos de maior gravidade política estavam acontecendo. Esse foi um tema de conversa dela com Nelson, porque tocar nesse assunto com Toninho era perda de tempo."
p. 110