Resenha: Fui

Título: Fui
Autora: Nilza Rezende
Editora: Tinta Negra
Páginas: 384
Ano: 2019




Recebido em parceria com a Oasys Cultural








Sinopse: Clara é uma mulher de meia-idade que parece ter tudo que precisa para ser feliz: é professora universitária, tem uma filha com quem se relaciona bem e um ex-namorado ainda presente. Todos se surpreendem quando ela decide dar uma pausa no cotidiano e, com o pretexto de aprender Inglês, viaja a Malta – pequeno arquipélago no Mar Mediterrâneo entre a Europa e a África. Enquanto ainda no embarque no aeroporto Galeão, o passado ronda os pensamentos de Clara. Machismo, jogos de poder, traições, desencontros. Quantas violências e opressões cotidianas cabem na história de uma mulher? A temporada na ilha de belíssimas paisagens é capaz de curar cura feridas e promover poderoso reencontro de Clara consigo mesma. Ela também se entrega, com ousadia e libertação, a paixões inesperadas.
Fui pode parecer uma versão latina de Comer, rezar e amar, o best-seller de Elizabeth Gilbert. Mas o romance da experiente escritora Nilza Rezende vai além disso. Feminista sem ser militante e doce sem ser piegas, Fui é uma viagem caleidoscópica que permite conhecer um dos lugares mais belos e interessantes do planeta, mas também faz voos sorrateiros sobre o Brasil atual. Impossível não se deixar levar pela fascinante ousadia de quem descobre que sempre é tempo de realizar seus sonhos e ser feliz
Nesse livro vamos conhecer Clara, uma mulher de meia-idade que aparentemente tem tudo para ser feliz: É professora universitária, tem uma filha jovem adulta, independente e um ex marido que é bem presente em sua vida. Todavia, Clara está na realidade cansada da vida que leva, sendo assim, resolve largar tudo e ir estudar inglês em Malta.

Fechei a mala, uma mala enorme, com muitos mais coisas que deveria levar - casacos e casacos em pleno verão, milhões e milhões de sapatos de salto alto -,  o que prova que eu realmente não sabia para onde estava indo. 

Enquanto vamos acompanhando Clara em sua viagem para o desconhecido, (até porque ela nunca se permitiu fazer algo por si mesma e muito menos sozinha), vamos mergulhar no seu passado e entender o que levou Clara a se sentir tão infeliz, insegura e amarga e como esses adjetivos moldaram e atrapalharam seus objetivos até então.

Não adianta achar que o outro vai mudar. O Outro não muda. Ninguém muda seu ruo por ninguém. Eu tinha meus pesadelos, e eles eram meus, assim como meu passado e meus traumas.

Clara é definitivamente uma mulher que não consegue viver sozinha, sendo assim se entrega de cabeça para todo e qualquer relacionamento que aparece, e o que vamos observando é que na maioria das vezes, os relacionamentos são difíceis e abusivos, onde nitidamente ela se doa mais que seus companheiros, que querem apenas se aproveitar dela seja sexualmente, emocionalmente ou financeiramente.

- Eu quero não precisar de homens para ser feliz. Talvez só das amigas... Amigas como vocês que transformaram a minha noite, Thank you, very much.

Cansada de sua vida monótona e seus relacionamentos fracassados, Clara procura nessa viagem não apenas aprender inglês, que já vem adiando a anos mas também para aprender a ficar e fazer coisas sozinhas sem depender de outrem.

- Parabéns Clara, você está aqui, se virando, mostrando que você pode ser feliz independente dos outros. Não precisa ficar mendigando amor, não precisa de companhia. A felicidade está em você mesma. 


Engraçado, sempre que amo muito um livro acho bem difícil fazer a resenha, parece que nunca consigo transmitir em palavras tudo o que senti ao fazer a leitura, parece que algumas sensações serão deixadas par trás. Esse livro mexeu muito comigo e transmitiu tantos ensinamentos que tenho medo da minha resenha não demonstrar tudo o que esse livro é e o que foi para mim.

Esse livro chegou para mim no melhor momento possível, li a sinopse dele e na hora percebi que precisava lê-lo. Fui é mais que um livro sobre relacionamentos e viagens, é um livro sobre descobertas e superações, sobre como o auto conhecimento e a independência são importantes até mesmo quando decidimos compartilhas nossa vida com outra pessoa.

Eu estive em um relacionamento por 8 anos e assim que sai dele me senti perdida, assim como Clara, eu não sabia fazer nada sozinha, o fato de estar só me deixava apreensiva e me fazia muitas vezes deixar de fazer o que quero por medo de pessoas me julgarem por não estar acompanhada.

Estar sozinha nos traz incômodos. Um incômodo do que os outros vão pensar, um certo desconforto de você estar sozinha sendo julgada pelos que estão acompanhados, nem sempre bem acompanhados, é verdade, mas acompanhados.

Outra coisa que a autora fala muito no livro e sobre se conhecer, saber o que você gosta e o que não gosta, saber dizer não quando necessário, e que para amar alguém você precisa primeiro se amar, pois a forma que você é consigo mesma ensina a outra pessoa como ela deve te tratar, então se você se ama e cuida de si a outra pessoa entende que ou ela age da mesma forma com você ou ela pode ir embora.

No começo do livro confesso que não tinha gostado muito da Clara, acha ela muito chata e metódica, aos poucos fui entendendo que ela não se sentia confortável consigo mesma e isso refletia em suas ações, pois nunca se sentia livre para fazer o que quisesse, mas conforme o livro foi avançando Clara foi aos poucos tomando rédeas da sua vida e ficando cada vez mais animada, livre e leve e claro, isso foi se refletindo no seu entorno.

Sobre o livro: Fui é um livro  de 384 páginas tão bem escrito que você acaba lendo ele muito rápido, as descrições de Malta são maravilhosas, tanto que me senti lá, fazendo a excursão junto com a Clara, uma amiga íntima que para quem ela se abriu totalmente. As folhas são amareladas, cada capítulo tem um título (eu amo capítulos com títulos), e os mesmos são bem curtinhos. A capa é linda, com uma paisagem que demonstra toda a calma e leveza de Malta, como é descrita no livo. Aletra e a diagramação são ótimas e confortáveis aos olhos a revisão está ótima.

Recomendo o livro para todos que gostam de uma boa história de viagem, divertida, relaxante, cheia de ensinamentos e com uma descrição do local extraordinária, tanto que estou doida para conhecer Malta e ir em todos os locais descritos no livro.

Até a próxima resenha
Beijuh da Rêh

Nota 5




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